sábado, 21 de junho de 2008

A FDA, que aprovou a cirurgia refractiva, estará agora mais atenta aos riscos associados à mesma... Esperemos que façam um estudo sério e divulguem

04/05/2008 - 09h44
Cirurgia corretiva de visão, Lasik é alvo de contestações

MÁRCIO PINHOda Folha de S.Paulo

Aclamada por médicos e pacientes como uma cirurgia com excelentes resultados em pessoas com miopia, hipermetropia ou astigmatismo, a operação conhecida como Lasik também é alvo de contestações. Algumas entidades e pacientes reclamam que há chances consideráveis de a cirurgia não produzir os efeitos desejados, além do risco de seqüelas.
O último órgão a propor uma discussão sobre a cirurgia foi o FDA, agência que regula o setor de saúde nos EUA --onde o Lasik é usado desde 1998. O órgão iniciou audiências públicas em abril para debater a técnica e prepara um estudo para entender melhor quem tem maus resultados e se será necessário emitir um alerta.
"Há claramente um grupo não satisfeito e que não consegue o resultado esperado", disse Daniel Schultz, chefe de procedimentos médicos do FDA.
Uma das entidades que lutam por restrições à técnica está na internet. O site www.lasikdisaster.com reúne estudos e depoimentos contra o Lasik, afirmando que ele pode ter "conseqüências desastrosas". Pacientes contam que ficaram com seqüelas, principalmente olho seco ou perda de visão. Nos estudos disponibilizados, tenta-se comprovar os riscos. Um deles defende que até 60% dos pacientes podem ter olho seco após a operação.
Outro argumento é o desconhecimento dos efeitos a longo prazo, já que o Lasik passou a ser usado apenas nos anos 90. Desde então, ele se popularizou e se tornou uma ferramenta usada em mais de um milhão de pessoas por ano no mundo, segundo sites médicos.
O Lasik consiste no corte de uma fina camada da córnea que permite a passagem do laser. Ele remodela a córnea seguindo um mapa feito com informações colhidas anteriormente sobre o olho do paciente e o que precisa ser alterado.
Hamilton Moreira, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, diz que, considerando os limites do laser, a cirurgia tem resultados "extremamente bons" quando bem indicada. "Tudo, em medicina, é uma relação entre expectativa e realidade. O que aconteceu nos primeiros anos do Lasik foi uma expectativa de supervisão, como um verdadeiro milagre, mas, depois, o paciente percebia que havia limitações." Entre elas, o grau do problema: pessoas com mais de sete graus de miopia, por exemplo, não costumam receber a indicação.

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